Quem usa computadores produtivamente sempre tem manias com certos programas: são aplicativos legais que, mesmo que não sejam muito usados, estão sempre presentes em nossos PCs e fazem falta nos PCs alheios que usamos. No meu caso são pequenos aplicativos gratuitos que sempre carrego nos flash drives, deixo disponíveis nas redes de download e indico aos amigos.
Muitos destes programinhas são desconhecidos da maioria dos usuários porque são free, têm funções básicas, são de uso simples e resolvem os pequenos problemas de forma prática e direta, coisas que usuários de Windows e também alguns de Linux abominam
Observamos com o tempo alguns fatos curiosos: alguns desses programas simplesmente desaparecem no limbo da Internet e se tornam lenda. Outros são abandonados e não passaram por atualizações ao longo de anos. Por isso, quando acho um programa desses, tenho a tendência a guardá-los em um servidor de downloads seguro por precaução.
De outro lado, há os programas que começam a fazer sucesso. Nesses, quase sempre os produtores tendem a estragar as novas versões na tentativa de "ganhar algum", abandonando a filosofia "livre e leve" da aplicação. São programas que começam a ganhar recursos cada vez mais elaborados para chamar a atenção da maioria dos usuários mais afoitos e consumistas ou vendê-los por um bom preço para uma grande produtora.
E lá se vai o pequeno tamanho, a simplicidade, a facilidade de uso e a possibilidade de resolver pequenos problemas de forma direta. São os famosos bloatwares, programas inchados, "bugados", cheios de adwares, firulinhas e recursos inúteis que servem apenas para chamar a atenção de usuários desatentos e aumentar as estatísticas de downloads. É o mesmo que acontece com celulares, TVs de tela grande, media players portáteis e por aí vai...
Normalmente quando isso acontece eu saio em busca das versões antigas ou de alternativas. Infelizmente a própria atualização "natural" dos sistemas tornam as versões antigas incompatíveis e inúteis com o tempo e nem sempre isso é possível.
O fenômeno não é restrito a pequenos aplicativos freeware, tenho notado essa tendência em programas open source e até em algumas distribuições Linux que estão seguindo os caminhos tortuosos do Windows e se tornando verdadeiros sistemas de instalação de "firulinhas" desnecessárias.
Acho que o melhor exemplo de distribuição de bloatwares que podemos lembrar é o Nero Burning Rom, um excelente programa de gravação de CDs em seus primórdios, que hoje é "execrado" pelos usuários mais experientes por causa das inúmeras inutilidades que o acompanham, sem falar nas propagandas que somos obrigados a aturar toda vez que se clica em um botão.
Não estou dizendo que os produtores estão errados em "valorizar" seus aplicativos, eles só estão procurando caminhos alternativos para se popularizar, mesmo que se lixando para quem apreciava a simplicidade e usabilidade de seus programas. Com certeza seguindo os caminhos da Microsoft, do Google, da Apple e outros grandes exemplos de sucesso nestes quesitos. Se eles são donos, que façam o que quiser com suas criações e eu me viro para encontrar alternativas.
Quer exemplos? Esses são eram alguns de meus aplicativos gratuitos prediletos que estão indo pelos mesmos caminhos do abandono ou estão sendo "estragados" pelos seus mantenedores.
- CDBurnerXP - Só recebe pequenas atualizações;
- Foxit Reader - Estragado pelas versões pagas com excesso de funções e adwares;
- Adobe Reader - Esse é um dos mais antigos e tradicionais bloatwares;
- Comodo Firewall - Ganhou um antivírus tenebroso;
- Ultra VNC - Estragado pelos bloatwares, perdeu sua identidade;
- Ccleaner - Só as propagandas para ser comprado pela Microsoft evoluem;
- AdAware - A versão free se tornou inútil e inerte;
- Spybot Search & Destroi - Inchado;
- UltraISO - A versão free desapareceu. Grana, grana, grana $$$;
- Daemon Tools - A versão free se tornou inútil e cheia de adwares perigosos;
- Ubuntu - Depois de "Karmic Koala" e "Maverick Meerkat" teremos um "Hello Kitty" com frescuras para dar e vender. Vender?
- Kurumin Linux - Faleceu. Infartou de tão "gordo" que ficou;
- Firefox - O que era uma versão "lite" do Mozilla já está precisando de uma versão "lite";
- Nero Burning Rom - O programa mais estragado de todos os tempos;
- ...
E você? Tem algum software predileto que foi estragado ou abandonado? Comenta sobre ele...
2 comentários neste post
Concerteza o Nero é o maior exemplo de bloatware. capricham muito no gráfico e disponibilizam funções que o usuário nem sonha que tem. (Antigamente se usava para queimar uma imagem Iso e copias de cd ou dvd não é mesmo)O adobe reader com suas atualizaçoes continuas tem ficado bem pesado.
Muito bom cara, também utilizei alguns dos softwares citados e abandonei pelos excessos.
Outros exemplos que cito também são: Windows Live Messenger (versão atual totalmente pesada, bugs e visual bagunçado), TuneUp Utilities (pesado e bagunçado), Opera (muito bom navegador, mas muita coisa que você não vai utilizar), RealPlayer, QuickTime, Winamp e BSPlayer (inchados).
Att,
Carlos
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